quinta-feira, 1 de maio de 2014

Lendas Amazônicas parte 2


A LENDA DA MANDIOCA
Em uma certa tribo indígena a filha do cacique ficou grávida.
Quando o cacique soube deste fato ficou muito triste, pois sonhava que a sua filha iria se casar com um forte e ilustre guerreiro, no entanto, ela estava esperando um filho de um desconhecido.
À noite, o cacique sonhou que um homem branco aparecia em sua frente e dizia para que ele não ficasse triste, pois sua filha não o enganará, ela continuava sendo pura. A partir deste dia o cacique voltou a ser alegre e a tratar bem sua filha.
Algumas luas se passaram e a índia deu a luz a uma linda menina de pele muito branca e delicada, que recebeu o nome de MANI.
Mani era uma criança muito inteligente e alegre, sendo muito querida por todos da tribo. Um dia, em uma manhã ensolarada, Mani não acordou cedo como de costume. Sua mãe foi acordá-la e a encontrou morta.
A índia desesperada resolveu enterrá-la dentro da maloca.
Todos os dias a cova de Mani era regada pelas lágrimas saudosas de sua mãe.
Um dia quando a mãe de Mani foi até a cova para regá-la novamente com suas lágrimas, percebeu que uma bela planta havia nascido naquele local. Era uma planta totalmente diferente das demais e desconhecida de todos os índios da floresta. A mãe de Mani começou a cuidar desta plantinha com todo carinho, até que um dia percebeu que a terra à sua volta apresentava rachaduras.
A índia imaginou que sua filha estava voltando á vida e, cheia de esperanças, começou a cavar a terra. Em lugar de sua querida filhinha encontrou  raízes muito grossas, brancas como o leite, que vieram a tornar-se o alimento principal de todas as tribos indígenas. Em sua homenagem deram o nome de MANDIOCA, que quer dizer Casa de Mani.


A LENDA DO PEIXE-BOI
Para explicar a origem do Peixe-Boi os índios contavam uma lenda que dizia que em uma certa tribo indígena, habitante do vale do Rio Solimões, no Amazonas, foi realizada uma grande festa da moça nova e pela ação de Curumi.
O pajé mandou que a moça nova e o Curumi mergulhassem nas águas do rio. Quando mergulharam o pajé jogou, em cima de cada um deles, uma tala de canarana. Quando voltaram à tona já haviam se transformado em PEIXE-BOI.
A partir deste casal nasceram todos os outros peixes-boi. É por esse motivo que eles se alimentam de canarana.


A LENDA DA LUA
Outra lenda indígena conta sobre a origem da lua. Manduka namorava sua irmã. Todas as noites ia deitar com ela, mas não mostrava o rosto e nem falava, para não ser identificado. A irmã, tentando descobrir quem era, passou  tinta de jenipapo no rosto de Manduka.
Manduka lavou o rosto porém a marca da tinta não saiu. Então ela descobriu quem era. Ficou com vergonha, muito brava e chorou muito. Manduka também ficou com vergonha pois todos passaram a saber o que ele havia feito.
Então Manduka subiu numa árvore que ia até o céu. Depois desceu e foi dizer aos Jurunas que ia voltar pra árvore e não desceria nunca mais. Levou uma cotia pra não se sentir muito só. Aí virou lua. E é por isso que a lua tem manchas escuras, por causa do jenipapo que a irmã passou em Manduka. No meio da lua costuma aparecer uma cotia comendo coco. É a outra mancha que a lua tem.


A LENDA DOS RIOS
A origem dos rios Xingu e Amazonas também faz parte do imaginário indígena. Dizem que antigamente era tudo seco. Juruna morava dentro do mato e não tinha água nem rio. Juriti era a dona da água, que a guardava em três  tambores.
Os filhos de Cinaã estavam com sede e foram pedir água para o passarinho, que não deu e disse: "Seu pai é Pajé muito grande, porque não dá água para vocês?" Aí voltaram para casa chorando muito. Cinaã perguntou porque estavam chorando e  eles contaram.
Cinaã disse para eles não irem mais lá que era perigoso, tinha peixe dentro dos tambores. Mas eles foram assim mesmo e quebraram os tambores. Quando a água saiu, Juriti virou bicho. Os irmãos pularam longe, mas o peixe grande que estava lá dentro engoliu Rubiatá (um dos irmãos) , que ficou com as pernas fora da boca.
Os outros dois irmãos começaram a correr e foram fazendo rios e cachoeiras. O peixe grande foi atrás levando água e fazendo o rio Xingu. Continuaram até chegar no Amazonas. Lá os irmãos pegaram Rubiatá, que estava morto. Cortaram suas pernas, pegaram o sangue e sopraram. Rubiatá virou gente novamente. Depois eles sopraram a água lá no Amazonas e o rio ficou muito largo. Voltaram para casa e disseram que haviam quebrado os tambores e que teriam água por toda a vida para beber.


A LENDA DO SOL
Para os índios o sol era gente e se chamava KUANDÚ. Kuandú tinha três filhos: um é o sol que aparece na seca; o outro, mais novo, sai na chuva  e  o filho do meio ajuda os outros dois quando estão cansados.
Há muito tempo um índio Juruna teria comido o pai de KUANDÚ.Por isso este queria se vingar. Uma vez  Kuandú  estava bravo e foi para o mato pegar coco. Lá encontrou Juruna em uma palmeira inajá. Kuandú disse que ele ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho na cabeça. Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não podia trabalhar na roça e nem pescar. Estava tudo escuro. A mulher de Kuandú mandou o filho sair de casa e ficou claro de novo. Mas só um pouco porque era muito quente para ele. O filho não aguentou e voltou para casa. Escureceu de novo. E assim ficaram os 3 filhos de Kuandú. Entrando e saindo de casa. Portanto, quando é seca e sol forte é o filho mais velho que está fora de casa. Quando é sol mais fraco é o filho mais novo. O filho do meio só aparece quando os irmãos ficam cansados.


A LENDA DO MAPINGUARI
É um fantástico ser da mata. Muito temido entre os caçadores e caboclos do interior do Estado, o Mapinguari costuma andar pela floresta emitindo gritos semelhantes aos desses homens. Mas se algum deles se aproxima, Mapinguari ataca e devora o caçador começando pela cabeça. Raramente conseguem sobreviver e, quando isso acontece, geralmente ficam aleijados ou com marcas horríveis pelo corpo.
Mapinguari tem o corpo todo coberto de pelos,  com a aparência de um enorme macaco. Possui um único olho na testa e uma boca gigantesca que se estende até a barriga.
A LENDA DE CEUCI
A origem desta lenda se dá do cerro das 7 estrelas ou plêiades, em que os naturais tupís indicavam o nome de variável de: Cincy, Cincê, Cucê. Com este ingênuo nome, Ceuci filha de Tupã e de Luaci. Luaci que era conhecida como mãe do céu abaixo do sol, onde morava na espuma de uma nuvem e ao navegar no espaço aproveitava-se do sono desta menina caraíba para encorporar-se nela expulsando a alma, que desde então a seguiu como uma sombra impertinente, queria a todo transe voltar ao corpo e dormindo ela, esta selvagem menina recebeu o espírito divino, tornando-a assim a cunha aporanga e mais ladina da tribo, seus encantos no dia a dia aumentavam cada vez mais, adquirindo poder de amainar as feras e acalmar os ventos. Certo dia quando passeava pelo mato, uma lua antes de sua carimã (festa da puberdade das donzelas), deixou-se tentar por frutos maduros e sedosos de doçura que eram vedados aos desejos das impúberes, o sumo escorrendo-lhe pelos seus seios abaixo despertou a fecundação, os caraíbas ficaram revoltados, embora ela continuasse a garantir que era virgem e não fora visitada pelo “Yaciteiú”, mas o conselho da tribo e o alto da “Aharaigichi” exigiam que o conselho dos velhos se reunisse regido pelo Pajé-assú com a eminência de resolver o caso. Ceuci risonha e tranqüila resolveu aparecer, porém suspeitando da mácula gritasse na gravidez. E os maracás soaram no ar desfazendo os indícios e festejando a virgindade intacta. Porém, os maiorais para dar exemplos cunhãns desprevenidas, resolveram desenterrar Ceuci para elevadíssimas. Itacangas da cerra do “Cunakê”.  E assim foi no exílio, sem culpa, castigada, mas inocente, Ceuci veio dar a luz a Jurupari, o reformador, o profeta, o silencioso, dos caiuras, inflexível como um juramento e eterno como símbolo. Aos 10 anos de idade já assombrava aos seus, pela força de argumentos e mostrando uma experiência e sabedoria, os mais valentes guerreiros da redondeza vinham ouvi-lo silenciosamente, pois ele revelava e ditava a lei da agricultura e foi espalhando as suas lições na montanha de Cunakê. Despeitado com Tupã, Anhangá não tardou pela curiosidade e aproximou-se da serra conduzindo em sua companhia a linda e bela Ceuci que foi arrastada pelo desejo de assistir a Poracé (festa) em honra de Jurupari, porém aconteceu que Anhangá empregando as suas artes tortuosas conseguiu induzir Ceuci transportando um terreno que não era permitido a curiosidade feminina. Desta forma violou o recinto privativo a mãe de Jurupari que condenava ao sacrifício certo. Celebrando assim os Pagé-assús chamaram a noite do rito: Ceuci, Tieté, Unandú! E um corpo de mulher caiu ao solo fulminando.

Mandaram então buscar Jurupari afim de ressuscitá-la, mas o nosso herói, inflexível não transgride a lei, mesmo que seja uma pessoa especial como Ceuci: “Morreste ó mãe, porque desobedeceste a lei de Tupã, esta lei que eu ensino, agora podes subir radiante, pura e bela aos braços de meu pai”. O corpo de Ceuci enchendo-se de uma figuração estranha acendeu iluminado, atravessou o espaço e fez-se estrela e ela tornou-se a mais formosa das plêiades, transformou-se para exemplificar o respeito que devia inspirar aos selvagens, as leis dos Moisés dos Tupis.

Ceuci – Mãe dos Moisés do Tupis, dos caraíbas e Anãmas, é uma deusa morta, porque nunca mais veio à terra, de grande prestígio na mitologia da América do Sul. É ela quem do luaca, distribuiu a sorte às “Tainaetas” (enlevo dos lares das florestas).
Na astronomia das tribos sul-americanas, Ceuci também é conhecida por Ciucy e Celchu, chamada vulgarmente a Constelação das Plêiades.
Cueurra – É a árvore do bem e do mal, na tradição aborígine. No Solimões é conhecida pelo nome de Purumã. Entra na lenda de Jurupari e assume um papel de destacada importância. Ao seu sumo atribuiu-se a fecundação de Ceuci, a Eva ingênua dos Caiuaras. Distraída sob a árvore não atinou que o sumo traiçoeiro, deslizando voluptosamente pelo corpo, molhando-lhe os seios e lambendo-lhe o ventre, lhe comprometia a virgindade.
Anhangá – (quer dizer sombra, espírito) A figura com que as tradições o representam é de um veado branco, com os olhos de fogo. Todo aquele que persegue um animal que amamenta corre o risco de ver o Anhangá, e a sua vista traz febre e às vezes a loucura.


A LENDA DA YARA

A lenda da Yara tem sua origem no guerreiro Miryan, filho do cacique Mundurucu Irahuana. Para explicar a origem da Yara nas águas amazônicas, pela lenda indígena sofreu muita influência pelas histórias narradas pelos europeus, principalmente pelos colonizadores portugueses no Brasil. Pois os índios contavam esta lenda com muito interesse para explicar a origem da mãe d’água semelhante a uma sereia européia. A mãe d’água é uma mulher muita bonita e muito atraente, cabelos compridos e loiros, rosto bem arredondado, olhos verdes e pele rosada, possui a metade do corpo de mulher e a outra metade de peixe, encanta os homens com o seu poder caantando um canto maravilhoso com a voz harmoniosa e suave. Os habitantes dos rios da Amazônia dizem que no fundo do rio ela possui um belo castelo e esta bela sereia consegue enfeitiçar os homens que vêem a esta bela sereia, ao ponto de se atirar nas águas profundas dos rios para com ela viverem. Conta a lenda que o mais valoroso guerreiro da tribo era Miryan, que ganhara notoriamente no combate aos índios Apupos. Ganhou do seu tio o pajé Ariman, um arco e flecha e um dia o Taxaua Irahuana quis mostrar aos oputros filhos o valor do primogênito e mandou-os em sua companhia combater as feras. Por arte do pajé, no lugar das feras surgiram enormes bandos de lajamandis. E foram travados terríveis combates, mas Miryan saiu vitorioso, os irmãos cheios de inveja tentaram matá-lo enquanto ele dormia mesmo ferido na coxa o guerreiro conseguiu aniquila-los e temeroso da vingança fugiu, o velho cacique ao saber da morte dos filhos jurou matar Miryan. E mandou 400 guerreiros à procura de Miryan, chegando no local onde Miryan se encontrava o cercaram em uma espessa moita de Uranas e durante muitas noites os 400 guerreiros tentaram inutilmente vencer Miryan. Certa noite, depois de combate exaustivo, o guerreiro conseguiu esquivar-se até chegar onde seu pai dormia e disse-lhe: “Tu me fazes uma guerra injusta, eu matei meus irmãos para não morrer. Mas o velho Tuxaua não convencido com a história de Miryan gritou que o matasse”. Os índios lançaram-se sobre ele, mas ele esperto conseguiu escapar, jogou-se na baía do Rio Negro. E ao cair na água numerosos peixes grandes e pequenos sustentaram-no na superfície e a luz do luar irradiou do corpo do guerreiro, que aos poucos foi se modificando da cintura para baixo e Miryan passou a ter corpo de mulher. Um belo corpo, de cabelo negro e no lendário mundo indígena Miryan virou “Iara”, castigado por Tupã que quis se revoltar contra o pai. Uma outra versão desta lenda surgiu em uma noite tropical do rio Amazonas saturado de perfume e mistério, conta a lenda que Tapuio, um índio que vagava no remanso de um igarapé ouviu uma voz que parecia uma mulher, num dado momento a voz silenciou, mas depois ouvia-se a voz novamente e uma cortina da vegetação abriu-se descobrindo uma mulher desnuda que reclinada à beira do igarapé e de repente o índio Tapuio sentiu uma vertigem como se fosse cair no abismo, caiu de joelhos esquecendo do mundo e ficou apaixonado pela imagem da feiticeira, na verdade a feiticeira era Iara, nascida das águas sendo ela afrodite sedutora e enganadora, fez o índio Tapuio mergulhar nas águas noturnas e nunca mais aparecer. Os que conseguem voltar ao mundo dos vivos... Voltam assombrados falando em castilos, sectos e corte de encantados e é preciso que um pajé faça muita reza forte, para tirar do estado de assombração, pois muitos ficam facilmente hipnotizados... A Iara até hoje exerce um grande fascínio e maior encantamento nos homens da região amazônica.


A LENDA DA COBRA NORATO

Uma bela moça indígena chamada Zelina estava na roça trabalhando e quando foi para a beira do rio beber água, sentiu uma forte dor de barriga e começou a passar mal e de joelhos na beira do rio deu à luz a um casal de gêmeos. Quando caíram nas águas do rio seus filhos viraram duas cobras, percebendo que seus filhos eram duas cobras, pensou em matá-los, mas procurou o velho pajé e pediu-lhe conselho, o velho pajé curador da tribo mandou que as lançasse ao rio e lá as duas cobras cresceram, sendo um macho e uma fêmea, o macho foi chamado de Honorato e a fêmea Maria Caninana, o tempo foi passando e as duas cobras foram crescendo, Honorato era de boa índole e Maria Caninana era uma cobra má, quando visitavam sua mãe Zelina, a mesma só tinha olhos e gostava das reinações de sua filha. Honorato que era bom moço, encantado em uma cobra, nunca aprovou as maldades de sua irmã Maria Caninana e certo dia matou sua irmã, pois já não agüentava ver suas maldades, algumas noites ele deixava a sua pele e casca de cobra à beira do rio e pedia a sua mãe que o desencantasse, mas ela não tinha coragem e antes que o dia amanhecesse, antes do galo cantar tinha que voltar para o rio e voltar a ser cobra. Para quebrar o encanto de Honorato era preciso que alguém de tamanha coragem colocasse uma gota de leite em sua boca e um corte na cauda para sair o sangue que desencantaria o moço tão belo de uma cobra tão feia. Honorato era visto nos bailes onde dançava muito, mas antes de clarear o dia desaparecia e ninguém tinha coragem de desencantar o belo rapaz, pois ninguém queria se arriscar, cansado de tanto andar e não encontrar resolveu ir para a cidade de Óbidos e lá encontrou um corajoso soldado que levou o leite na boca da cobra e com o sabre cortou-lhe a cauda para o sangue jorrar e Honorato transformou-se em um elegante e belo rapaz, deixando as águas do rio para levar uma vida normal na terra.


A LENDA DE QUEM-TE-DERA

A lenda de Quem-te-dera teve sua origem no município de Irituia e pertence ao folclore desta cidade. Conta a lenda que uma mulher magra e com poderes sobrenaturais e com sua maldade, fazia com que os homens a servissem como cavalo, colocando-lhes cabresto e sela e que os mesmos percorressem grandes distâncias e sempre com ela montada nas suas costas. E aplicava um castigo ao homem que negava passar a noite em companhia desta terrível mulher. E esta maldosa mulher, costumava açoitar durante todo o percurso os homens que submetidos aos seus caprichos, sendo eles fortes ou não, eram encontrados no dia seguinte com o corpo todo marcado e dolorido pelos açoites da Quem-te-dera.


A LENDA DO PIRARUCU

A lenda do Pirarucu teve sua origem nas águas amazônicas e este peixe é um dos maiores peixes de escama do Brasil. E para explicar sua origem os índios costumam contar a seguinte lenda. O Pirarucu era um índio guerreiro da nação dos Nalas e que este jovem índio era muito valente e muito orgulhoso, vaidoso e injusto e gostava de praticar a maldade. Foi então que o Deus Tup[a resolveu castiga-lo por todas as suas maldades e pediu a Deusa Luruauaçu que fizesse cair uma grande tempestade e assim aconteceu. Uma forte chuva caiu do céu sobre a floresta de Xandoré, o demônio que odeia os homens começou a mandar raios e trovões tornando a floresta toda eletrizada pelos fortes relâmpagos e o  forte guerreiro chamado de Pirarucu encontrava-se na hora da chuva caçando na floresta e tentou fugir, mas não conseguiu, vencido pela força do vento caiu ao chão e um raio partiu uma árvore muito grande que caiu sobre a cabeça do jovem guerreiro, achatando-lhe totalmente. O jovem guerreiro teve seu corpo desfalecido, carregado facilmente pela enxurrada para as profundezas do rio Tocantins, mas na floresta Xandoré o Deus Tupã ainda não estava satisfeito e resolveu transforma-lo aplicando-lhe um castigo severo e transformou o jovem guerreiro num peixe avermelhado de grandes escamas e cabeça chata e é este peixe Pirarucu que habita os rios da Amazônia.
A LENDA DO ELDORADO
No século XVI exploradores se aventuraram pelo interior da Amazônia, buscando a todo custo, aquilo que chamavam de Eldorado... Os espanhóis colonizadores das Américas assim acreditavam. A cidade tinha até um nome: Manoa. E em conseqüência muitas expedições dirigiram-se a região, destacando-se a de Gonzalo, Pizarro e Francisco de Orellana. Como muitos objetos de ouro foram encontrados durante a conquista, os espanhóis achavam que ainda faltava encontrar o lugar de onde vinha o ouro. Na verdade, certo rei ou sacerdote do povo muísca em cerimônia anual de fundo religioso, onde tava o corpo com um óleo perfumado e era coberto de ouro em pó. Em seguida, numa jangada, ia banhar-se em um lago que uns acreditavam ser guatativa, na Colômbia e outros Parina, próximo ao rio Orenoco, e outros, ainda nas Guianas. Após mergulhar, seu povo jogava objetos de ouro em culto aos deuses...
E o Eldorado, será que não passa de lenda?
Quem conhece a Serra de Carajás e sabe que é a maior província mineral do mundo. Com 1500 toneladas de ouro no município de Curionópolis, não se tem a menor dúvida: O Eldorado existe.
É no Pará.


A LENDA DAS AMAZONAS

Em 1541, após descer o afluente Napo e chegar ao então Mar Dulce, nome que Pinzon deu ao Rio Amazonas, eis que Francisco Orellana é atacado por uma tribo de mulheres que, no testemunho de Frei Gaspar Carvajal, “são muito alvas e altas, com o cabelo muito comprido, entrançado e enrolado na cabeça. São muito membrudas e andam nuas em pêlo, tapadas as suas vergonhas, com os seus arcos e flechas nas mãos, fazendo tanta guerra como dez índios”. Em seu relato Carvajal narra a seguir que embora abatessem vários índios que eram comandados pelas mulheres e mesmo algumas destas, os espanhóis se viram obrigados a fugir, tendo, porém capturado um índio. Este mais tarde, ao ser interrogado, declarou pertencer a uma tribo cujo chefe, senhor de toda a área, era súdito das mulheres guerreiras, que eram acompanhadas pela chefe Canhori. O prisioneiro, respondendo a várias perguntas do comandante, disse que as mulheres não eram casadas e que sabia existir setenta aldeias delas. Descreveu a casa das mulheres como sendo de pedra e com portas, sendo todas as aldeias bastante vigiadas. Disse ainda que elas pariam mesmo sem ser casadas porque, quando tinham desejo, levavam os homens de tribos vizinhas à força, ficando com eles até emprenharem, quando então os mandavam embora. Quando tinham a criança, se homem era morto ou então mandavam para que o pai o criasse, se era mulher, com elas ficavam e a menina era educada conforme as suas tradições guerreiras, seus hábitos e suas riquezas, pois tais mulheres possuíam muito ouro e prata.

                                                                                                     Fonte: Livro: “Conhecendo o nosso folclore”

Danças Folclóricas

No Pará a música ecoa pelos quatros cantos do Estado.  De norte a sul os ritmos vão ganhando novas cores e passos de acordo com a História de cada região. A gente dessa terra tem no sangue o gosto pela dança animada de rua ou pela sensualidade de ritmos "calientes", como o Lundu.  Percorrendo o interior do Estado se ouve de longe a batida forte do carimbó ou o arrasta-pé do xote bragantino.
As danças são espontâneas e tradicionais, não têm data certa para acontecer. Dependem mesmo é da vontade de se  divertir e de manter vivo o nosso ritmo e a nossa cultura.

XOTE BRAGANTINO
O "Xote" (Schotinch) tem sua origem na mais famosa dança folclórica da Escócia na segunda metade do século XIX. Aos poucos foi conquistando  a Europa. Na Alemanha ganhou um ritmo valsado pela influência da Valsa Vienense. Na Inglaterra a dança era saltitante. Já na França os passos ganharam ritmo  semi- clássico, com um andamento um tanto mais lento que o atual. Talvez por causa da indumentária feminina que, naquela época, dificultava os movimentos rápidos. Trazida para o Brasil pelos colonizadores, despertou, desde o início, um grande interesse no povo brasileiro que, por sua vez, também fez seus acréscimos. No Estado do Pará os portugueses cultivavam o chote com bastante entusiasmo em todas as reuniões festivas  assistidas  de  longe  pelos  escravos  africanos.  A  dança  foi aproveitada, de fato, pelos negros em 1798, quando eles fundaram a Irmandade de São Benedito, no  município de Bragança, que deu origem à Marujada. Outras danças de origem européia também vieram formar  o novo ritmo, mas é no "Xote" que está o maior interesse do povo bragantino nas apresentações públicas da "Marujada". A dança é executada repetidas vezes, valendo acrescentar que até mesmo os jovens bragantinos preferem o "Xote" a qualquer outra dança popular.

Coreografia
: Os movimentos coreográficos do "Xote" primitivo praticamente já não existem em Bragança. Lá  o povo fez belas adaptações, criando detalhes de impressionante efeito visual, que sempre despertam grande entusiasmo em todas as pessoas que assistem e se empolgam com a graciosa desenvoltura das dançarinas.

Acompanhamento Musical
: Utilizando os mesmos instrumentos típicos das demais danças folclóricas paraenses, o "Xote" tem, obrigatoriamente, solos de violino (rabeca) e o canto, puxado por um dos integrantes do conjunto musical.

Indumentária
: Tanto as damas quanto os cavalheiros apresentam-se com trajes festivos, já bastante modernizados, o que comprova que o "Xote" atual está muito longe da forma primitiva.
LUNDU
O "Lundu" é uma dança de origem africana trazida para o Brasil pelos escravos. A sensualidade dos movimentos já levou a Côrte e o Vaticano a proibirem a dança no século passado. No Brasil o "Lundu", assim como o "Maxixe" (a dança  excomungada pelo Papa), foi proibido em todo Brasil por causa das deturpações sofridas em nosso país. Mas, mesmo às escondidas, o "Lundu" foi ressurgindo, mais comportado, principalmente em três Estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais e na Ilha do Marajó, no Pará.

Coreografia
: A dança simboliza um convite que os homens fazem às mulheres "para um encontro de amor sexual". O "Lundu", considerado ao lado do "Maxixe ", uma dança altamente sensual, se desenvolve com movimentos ondulares de grande volúpia. No início as mulheres se negam a acompanhar os homens mas, depois de grande insistência, eles terminam conquistando as mulheres, com as quais saem do salão dando a idéia do encontro final.

Acompanhamento Musical
: Rabeca (violino), clarinete, reco-reco, ganzá,  maracás , banjo e cavaquinho.

Indumentária
: Com as adaptações locais o "Lundu" sofreu diversas modificações, principalmente na  indumentária. Ao contrário do primitivismo africano, apresenta todas as características marajoaras, razão por que passou a ser chamado de "Lundu marajoara". As mulheres se apresentam com lindas saias longas, coloridas e bastante largas, blusas de renda branca, pulseiras, colares, brincos vistosos e flores no cabelo. Os homens vestem calças de mescla  azul-claras e camisas brancas com desenhos marajoaras. Os pares se apresentam descalços.

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