quinta-feira, 1 de maio de 2014

Lendas Amazônicas parte 1

A LENDA DO CURUPIRA

Dos duendes da floresta o mais endiabrado e mais famosa figura, esta temida por todos os caboclos da região amazônica e muito conhecido como o guardião da floresta e protetor da fauna e da flora, apresenta-se em geral sob a forma de um menino de cabelos vermelhos, de pés virados para trás, muitos pêlos por todo o corpo e privado de órgãos sexuais, este menino costuma castigar severamente os predadores e caçadores da floresta; principalmente aqueles que caçam por esporte e não por necessidade.
Este menino chamado de Curupira pode se apresentar sob forma de qualquer animal e dificilmente o caçador irá conseguir acertar um tiro. E misteriosamente sem que a pessoa perceba, ele desaparece e ninguém consegue explicar seu paradeiro.
O seu mais conhecido castigo aplicado aos caçadores e predadores da floresta é fazê-los perder-se na floresta e não conseguir encontrar o caminho de volta para casa.
Este menino travesso acredita-se que ele consegue se esconder nos minúsculos e pequenos troncos de árvores da floresta.
O curupira costuma a se vingar daqueles que afrontam a natureza e principalmente do caçador que mata um animal fêmea com cria, o curupira fica zangado e faz com que a pretensa caça vire meriãs e de repente, porta-se como se gente fosse, e fazendo gestos como a implorar piedade, neste momento, o caçador fica assombrado, não consegue mais fazer pontaria e foge apavorado, procurando o rumo da casa e depois procura um pajé para fazer uma reza e afastar a assombração da vida do caçador ou seja em tempos atuais, o curupira é uma entidade ecologicamente correta.





A LENDA DO BOTO

Este o mais famoso e conhecido, também é chamado Uauiara. Foi confiado a ele a sorte dos peixes. Conta a lenda que o Boto, peixe encontrado nos rios da Amazônia, se transforma de noite num elegante e belo rapaz, o Boto ou Uauiara se transforma deixando de ser animal e sai das águas para conquistar as moças. Hoje nos interiores do Pará todas as pessoas gostam de contar ou narrar aos visitantes que chegam uma série de histórias extravagantes e grotescas em que as moças da cidade ou simplesmente próximo aos rios e igarapés que não resistem a simpatia e beleza, e caem de amor por ele. O Boto é considerado como o protetor das mulheres, e quando ocorre algum naufrágio em uma embarcação o Boto se manifesta e procura salvar a vida das mulheres, procurando empurrá-las para as margens do rio. As eternas e melancólicas histórias em que figura como herói o Boto é considerado como grande amador de nossas índias e elas alegam que seu primeiro filho e com muita certeza é dele, dando crédito a este Deus que transformado na figura de mortal seduziu e arrebatou para debaixo d’água, onde a infeliz foi forçada a fazer sexo com ele, estas mulheres caboclas ou índias conquistadas as margens dos rios quando vão banhar-se, ou nas festas realizadas no interior ou próximas dos rios. Nas noites de luar muitas vezes o lago se ilumina e se ouvem as cantigas da festa dele, dando cregam que seu primeiro filho e com muita certeza curando empurrafmomentoador que mata um animal fr acertar um tir de danças com que o Boto se diverte, este vai ao baile e dança alegremente com a moça a que pretende conquistar. Envolve-se com ela com bonitos galanteios e as pobrezinhas de nada desconfiam e só depois de apaixonadas as moças ficam grávidas e ao Boto, este galante rapaz, é atribuído a paternidade dos filhos das mães solteiras. Este lendário é conhecido peixe, anda sempre de chapéu, e dizem que sua cabeça exala um cheiro forte de peixe, tendo ele um chapéu para cobrir o buraco que há em sua cabeça.

Quando ele chega à festa é desconhecido de todos, mas vai logo conquistando a moça mais bonita e com ela dança a noite inteira, mas antes que o dia amanheça e sem ninguém perceber, pois precisa voltar rapidamente para o rio antes que o encanto termine. O Boto é a figura popular das águas e do folclore da região amazônica e sua aparência é de um golfinho.
Os órgãos sexuais quer do Boto, quer da sua fêmea, são muito utilizados em feitiçaria, visando a conquista ou domínio do ente amado. Porém o mais utilizado do mesmo é o olho do Boto, que é considerado amuleto do mais forte na arte do amor e sorte.
Dizem mesmo que, segurando na mão um amuleto feito de olho de Boto tem que ter cuidado para quem olhar, pois o efeito é fulminante: pode atrair até mesmo pessoas do mesmo sexo, que ficam apaixonadas pelo possuidor do olho de Boto, sendo difícil de desfazer o efeito...
Conta-se algumas histórias em que maridos desconfiados de que alguém estava tentando conquistar suas mulheres armaram uma cilada para pegar o conquistador. A cilada geralmente acontece à noite, aonde o marido vai a luta com o seu rival, mesmo ferido, consegue fugir e atirar-se n’água. No dia seguinte, para a surpresa do marido e demais pessoas que acompanharam a luta, o cadáver aparece na beira d’água com o ferimento da faca, ou de tiros, ou ainda com o arpão cravado no corpo, conforme a arma utilizada, não de um homem, mas pura e simplesmente um Boto.


A LENDA DA COBRA-GRANDE
Conhecida como demônio das profundezas das águas, a este monstro os índios dão o nome de Paranamaia que quer dizer Parana=rio e maia=mãe.
Esta é uma das lendas mais conhecidas da região amazônica, esta lenda conta que uma índia de uma tribo indígena da região amazônica, chamada de Zelina e que estava trabalhando na beira do rio, sentiu uma dor no ventre, conta a lenda que esta índia foi engravidada pela Sucuri e que deu a luz as margens de um rio a um casal de gêmeos que eram na verdade duas cobras: seu primeiro desejo foi de matá-las, mas procurou buscar conselho com o velho pajé que mandou jogá-las no rio e no rio foram criadas, e algum tempo depois chamados de Honorato e Maria Caninana, o primeiro chamado de Honorato não causava mal nenhum, mas sua irmão Maria Caninana era muito perversa e quando visitavam sua mãe Zelina, Caninana era a mais preferida, que de tantas maldades praticadas, seu irmão Honorato não aprovando mais as maldades praticadas de sua irmã pôs fim às suas perversidades e acabou com Maria Caninana tirando sua vida.
Em Barcarena existe um lugar conhecido como buraco da cobra grande que é atração turística do município como em outros povoados e vilas, existe a crença de que as mesmas estão situadas sobre a morada de uma cobra grande, conta a lenda que em Belém, quando foi fundada estaria sobre a casa de uma enorme cobra-grande... E daí ocorre se a cobra-grande se mexe Belém estremece e se a cobra-grande sair de seu lugar Belém irá afundar com todos os seus habitantes.
Estudos mais aprofundados no assunto, contam que a tal lenda nasceu dos primeiros missionários, que ao chegar a Belém e ouvir falar da tal cobra-grande, resolveram esmagar colocando-lhe a cabeça justamente sob os pés de Nossa Senhora a Virgem Maria, segundo a lenda a cobra-grande que aqui foi esmagada tem a sua cabeça debaixo do altar mor da Catedral da Sé e a sua calda sob o altar da Basílica. Afinal os missionários que aqui chegaram tiveram que adaptar a cultura local, queriam conquistar novos crentes, tiveram que personificar a boiúna dos indígenas esmagando-lhe a cabeça e a colocando sob o altar, a Catedral da Sé, simbolizando com isso um sinal muito parecido a virgem esmagando a serpente que era a encarnação do demônio.
De qualquer forma o átrio que inicia na catedral e termina na basílica de Nazaré tem a crença ligada, que nos mostra ser muito simbólica  a comparação com a lenda da cobra-grande, que na madrugada de 12 de janeiro de 1970 quando ocorreu um tremor de terra, muitos disseram que a cobra-grande estava se mexendo e quando ela sair do seu repouso, Belém e seus habitantes serão tragados pelas águas da Baía do Guajará. Lenda ou não, o Círio de Nazaré é uma serpente humana, uma realidade formada por mais de 2 milhões de pessoas, que se curvaram e põe-se aos pés da virgem a padroeira dos Paraenses e esta é a lenda Paraense mais conhecida da cobra-grande. Porém há história de pescador que no arquipélago do Marajó uma enorme cobra grande que costuma virar embarcações de considerável porte, comendo ou levando para o fundo dos rios os passageiros, muito temida pelos ribeirinhos, e principalmente pelos rios regionais, esta boiúna que na palavra tupi quer dizercobra negra tem os olhos como dois faróis, que na verdade é o forte mito desta extraordinária cobra, por isto mesmo chamada de cobra-grande.


A LENDA DO BOITATÁ
O Boitatá é o protetor dos campos iluminando a noite, conhecido como a cobra de fogo, possui os olhos grandes e furados e sua figura assusta as pessoas e os animais. E é contra os que incendeiam as florestas. Esta serpente de fogo reside na água e é muito temido, muitas vezes aparece nos campos sob a forma de um fantasma transparente e branco tornando-se mais assustador quando ilumina os campos com sua própria luz, assustando as pessoas e os animais. O Boitatá quando morre, acredita-se que ele libere toda a luz de seu corpo que levada pelo vento espalha-se pela região onde ele habitava.

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